sexta-feira, março 25, 2011

Meu remédio.

 

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“Um dia acordei e disse ‘é preciso mudar’.

E esse dia foi hoje.

As perdas, essas serão muitas.

Porém, as dores, sessarão.

Foi preciso fazer uma escolha, e depois de tantas dores…”

 

 

 

 

 

 

 

 

obs. Sei que estou sumida dos blogues, mas só tenho tempo mesmo de sentar e ler com toda  anteção do mundo aos fim de semana.  Bjs. L.S.

terça-feira, março 22, 2011

SOU TEU HOMEM

Existe uma pessoa em algum canto de desse mundo

Á milhas e milha de mim e de qualquer lugar.

Mas as palavras nos uniram de alguma forma.

Eu rimando. Ela sacudindo, dando um toque final.

Não sei quando termino e nem quando ela começa.

Isso eu chamo de perfeito e inusitado.

Enfim uma peripécia. Obrigada Suzana Guimarães pela parceria.

 

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Ah, minha menina o que iriei te dizer?

Quanto tu choras em meus ombros, aflita de outro homem...

e eu aqui meu amor, aflito de você.

Minha mulher, se um dia fores "minha" te chamarei de "minha" mulher,

Por vezes, lhe chamo pelo nome, quando estou inquieto, pois eu te quero!

Noutras, lhe chamo de menina, quando você sorri escondido atrás de uma fruta

Em pleno carnaval, numa feira de sábado de manhã... E nós dois perdidos pela cidade e eu perdido em meus delírios ao beber teu riso.

Nas madrugadas, enquanto você dorme, te vejo sonhar, te guio pela noite, quero te desvendar...

Quero saber o sabor da tua boca e entre tuas pernas dançar.

Dar-te-ia menina um sonho bom, e para a mulher que habita em você, nas noites de calor e frio, um vestido, rasgaria sim o seu vestido, raparia sim você em mim... num último suspiro apertado em seu pescoço.

Mas você dorme... alço a alça do teu vestido, aflito olho e a ela lanço um único olhar, pois eu a queria nua, te queria crua. E em prelúdio surdo e mudo, miro tua boca ligeiramente aberta, penso em alcançá-la.

Mas me seguro, guardo o homem em mim que tanto te quer mulher - minha mulher! - te deixo dormindo, sonhando... Vou acordado chorando."

 

 

 

 

Mais Suzana Guimarães?

segunda-feira, março 21, 2011

Remédio pra dor.

Eles falam de paciência.

Outros de fé.

Eu falo dos dois.

Mas não sinto nada.

Perco essa paciência comigo.

Quando que irei melhorar?

Se só depende de mim.

Quando que irei parar de me cobrar.

Quando. Quanto tempo falta pra isso tudo passar.

Pois quando tudo acabar eu disse para mim que serei feliz.

Quando tudo isso passar, quanto tempo ainda sobrará.

Perco a fé em mim depois que me questiono.

Pergunto e minhas perguntas parecem ser afirmações daquelas com ponto final.

Que não esperam respostas, que não exclamam nada. Nada. Nada. Nada.

Quanto tempo. Quanto. Quando. Quanto...

sábado, março 19, 2011

O que sinto e não sinto

Já sentiu que em determinadas épocas da vida tudo caminha bem? As oportunidades vêm à tona, os romances, os negócios, o dinheiro, as festas... Mas ai você olha para dentro de si e não se encontra, e vê tudo em um verdadeiro quiproquó, tudo desorganizado, alguns sentimentos estão tão guardados que não conseguimos mais usa-los com tanta facilidade como antes e outras crenças- como crer nas pessoas, nas verdades que elas dizem- estão desgastadas, apagadas que quando pegamos essas crenças não sentimos confiança para usa-las. ( já sentiu isso?) Tenho certeza de que preciso me organizar, e assim saberei lidar com as coisas boas que estão ao redor. –De dentro, para fora.

Tenho fé.

quinta-feira, março 17, 2011

Estranho

 

Da pra imaginar que nós podemos ser tão felizes só de pensar naquilo que tanto almejamos?

É né. É que mesmo se não conseguir, já valeu a pena pela felicidade sentida...

domingo, março 13, 2011

E um beijo…

 

 

 

Na mesa seis pessoas, sobre a mesa comida fresca e quente.

“quero sair daqui”- Fernanda lê a mensagem no celular- “calma já está acabando”- clica em enviar- Julia lê, está do lado de Fernanda também com celular no colo.

-Mas acho eu que cortinas azuis combinariam mais, não acha Cris?- Manoela falava enquanto encarava o marido, este apenas olhava e dizia às vezes que ‘talvez’ e noutras vezes pegava a taça de vinho e dava um gole.

Em outra cadeira irmã de Manoela falava que- As cortinas azuis ficaram maravilhosas- tomava um gole do vinho e repetia-ma-ra-vi-lho-sas- e depois sorria.

“vamos fazer alguma coisa?” Fernanda lê mais uma mensagem da prima “o que?” reponde. Julia sorri quando Fernanda lhe encara, com seus olhos inocentes e curiosos, não sorri, apenas arruma os cabelos negros sobre o ombro e depois volta a comer.

-Fernanda minha filha- Manoela diz com toque de nojo, com um pouco de amor( como se isso fosse possível)- vá pegar aquela caixa que está no meu quarto, aquela vermelha- toma mais um gole do vinho- Julia, vá com ela, a caixa está pesada...

Julia sorri ‘perfeito’ pensa.

Fernanda se levantou primeiro, está com um vestido rosa claro, curto, mostrando as pernas brancas.

-Sim tia- Julia diz enquanto levanta-se e vai logo atrás da prima.

Fernanda sobe as escadas, de baixo Julia vê as pernas brancas de Fernanda subirem, se movimentarem lentamente como em um filme, sente-se nervosa e ao mesmo tempo viva.

No quarto...

-Ju pega aquele banco ali pra mim- Fernanda diz enquanto arruma o cabelo na frente do espelho, percebe também uma espinha na bochecha, toca os lábios ‘ estão tão ressecados’ pensa ‘ esse tempo maluco, hora faz calor hora faz frio’

-quem sabe um beijo?- Julia diz. Fernanda assusta-se.

Julia está logo atrás, próxima de mais... E fala como se soubesse dos pensamentos de Fernanda- Seus lábios, estão ressecados, não seria falta de um beijo?- Julia sorri, como se não tivesse falado nada de mais, como se não estivesse próxima de mais. Encara-se no espelho, passa mão em seus cabelos vermelhos e depois como se em um susto percebesse que Fernanda estava ali, a encara- está precisando namorar prima- e sorri.

-Deixa disso Julia- Fernanda diz sem graça ‘Julia às vezes me reprime’ e vira-se querendo sair daquele meio de ‘espelho e Julia’ mas para a sua surpresa Julia não sai, fica ali, lhe encara, coloca uma mão na parede, sorri- Porque está vermelha?- Julia pergunta se aproximando.

Fernanda não sabendo o que fazer fica ali, sente que as pernas lhe faltam, a respiração pesa em seu peito ‘esse sutiã está apertado? Esse espaço! Muito apertado...’ pensa, mas Julia continua ali, lhe devorando com os olhos ‘seria apenas impressão?’- Vejamos- Julia começa a dizer, sua mão branca e fina passa pelo rosto de Fernanda- está com uma espinha bem aqui- e Julia passa o dedo pela bochecha rosada da prima- Mas nada que um creme não resolva, não é verdade?- E lhe encara, olhos nos olhos, Fernanda sente um carnaval em seus estomago ‘porque não consigo sair daqui, o que Julia está fazendo?’(pensa). Mas Julia continua, seus dedos se aproximam do queixo de Fernanda e depois dos lábios- Finalmente... -Julia diz, sorrindo como se tivesse encontrado o que queria- Seus lábios... - E se aproxima cada vez mais- Teus... – agora Fernanda consegue sentir o aroma de Julia, teu perfume forte, seu hálito cheirando a suco de morango e no meio deste pensamento Julia encosta seus lábios nos lábios de Fernanda e esta respondeu ao pedido de beijo, Julia a tempo queria isso, sempre a com a prima, sempre a vendo se trocar, se banhar, cresceram juntas. Fernanda estava assustada, mas não conseguia parar com aquele beijo, era forte, intenso e provocante, sentiu as mãos de Julia invadindo a sua cintura, o pescoço e em seguida um aperto como se Fernanda fosse fugir sumir, evaporar...

-Fernanda!

sábado, março 12, 2011

Um oi para o destino. Uma primeira vez para as primeiras vezes.

Quando menina corria pela casa, fazendo barulho com a boca, gritando amor e fazendo guerra. Aonde vai menina? Um belo rapaz dizia. Mas ela nem respondia, dizia mesmo que não ligava que não era desse mundo que seu coração nasceu por si e por si criou-se, é dono de si, um coração independente por que Deus quis assim. Passava pelas meninas de choro fácil, pelos rapazes de palavras fáceis, ela ia e não olhava pra traz, ela ia e não voltava. Um dia em seu quarto pintou o teto de azul e espalhou seus desenhos horrorosos pelo quarto, só pra fazer bagunça nada mais. Dizia que o mundo era seu e a casa um refugio daquelas pessoas que tanto lhe apontavam o dedo. Mas um dia quando saio para comprar mais tinta azul resolveu sentar no banco de uma praça, minutos depois um moço sentou ao seu lado, este nem lhe botou reparo- como um homem pode não perceber que estou aqui? Não me falar? Não me namorar?- sente seu ego decair, sentiu-se humana pela primeira vez e o gosto da dor não era como o gosto dos dias em que se acorda com o pé certo. Tentou lembrar – mas com que pé acordei hoje?- e lembrando ficou triste- sim foi com o direito que hoje toquei o chão gelado, mas o capaz ainda não botara reparo nela. Teve vontade de falar, de dizer algo como- oi e como vai?- mas nada saiu, a palavra certa fugiu. Batendo uma mão na cocha -uma de cada vez- criando um ritmo começou a cantar- Save some face- sua voz doce penetrou no ar, só não sabia se estava penetrando nos ouvidos daquele rapaz, sem verificar nada ela continuou- sentio o gosto do medo- mas foi em frente-You know you've only got one- ela respira fundo, uma mão de cada vez, um pé que bate no concreto e continuou- Change your ways- o rapaz nesta hora a encarou e ela sentiu o gosto da conquista, mas desta vez algo era diferente, ela não queria parar de cantar, não sentiu vontade de ir embora como sempre sentia e continuou a cantar- While you're young-o rapaz seguindo o ritmo das mãos da moça começou a imita-la e ela continuava a cantar-Boy, one day you'll be a man- dessa vez ela não teve medo e o encarou seus olhos castanhos banhados pelo brilho do sol fizeram algo dentro dela se mover ‘era fome?’ pensou, pois nunca havia sentindo algo tão parecido, aquilo era a primeira vez de algo desconhecido, o que era? ‘estava passando mal?’ não sabia... Continuou a cantar- Oh girl, he'll help you understand- agora respirou e cantou o refrão e para sua surpresa o rapaz cantou junto- Smile like you mean it- e eles sorriram.

- qual o teu nome?- ele perguntou.

-Melissa- ela sorri- e o seu?

-João. Sabe, Melissa- e o nome dela deslizava sobre os labios dele, ele pronuciava com ternura como se já se conhesessem- eu ia fazer uma besteira hoje...

Ela nada diz, tem medo – ‘ia me assaltar?’ pensa.

- Eu ia chegar em minha casa e acabar com a minha vida- ele diz, quase chorando, quase feliz, quase agradecendo a Deus.

Melissa não sabe o que dizer, sente-se leve e pesada, sente aquela sensação de fome, mas que não é de fome, sente pela segunda vez aquilo que já sentiu pela primeira, e não sabe dizer o que é. Entre as sensações que ainda não sabe definir e que confunde com fome entre outras coisas, Melissa sente o gosto de ter visto o destino passar por perto, ou a coincidencia, ou sabe lá o que as pessoas dizem hoje em dia. Melissa não sabe o que dizer, tem vontade chorar. Melissa não sabe oque sentir, tem vontade de abraça-lo. Melissa não sabe o que fazer, então resolve cantar- Smile Like You Mean It...

 

sexta-feira, março 11, 2011

Desabafando

Mas é comum Luana essa tal de tristeza?”( pergunto-me) – enquanto um professor fala alguma coisa sobre a crise de vinte e nove e os suicídios “to bonita hoje e você mal me olhou”- olho pro lado e você olha pra frente e eu também, olho pra frente. Sinto raiva de mim, raiva por às vezes sorrir tanto, fazer tantas brincadeiras, te alegrar, alegrar ela, alegrar os amigos e a família às vezes. “você, uma pessoa séria?” - você me pergunta enquanto descemos as escadas, “não se deixe levar pelas minhas brincadeiras”- digo séria e você nada diz, e tenho raiva de mim quando falo sério parece que estou dando bronca- quando não é oito é oitenta- descendo e descendo quarto andar- Está vendo quando não falo besteira ficamos sem assunto- digo, como se fosse uma suplica- converse comigo!- você só diz – é que estou com sono.

Na saída, na calçada, vamos conversando sobre como somos, você fala de seus defeitos e diz que quando me viu pela primeira vez pensou- essa é determinada, centrada, mas não imaginava que a ‘Luana’ era tão rebelde- eu apenas sorrio e digo – eu nem assistia essa novela. Na estação você abraça e cada um vai para um lado, e o tchau é inevitável, mas é só tchau.

Quando sento e vou lendo um livro que ganhei, e me encontro nas páginas “Morava sozinho. Sabia o nome de cinco pokemons. É sozinho”- rio quando o rapaz da história se encanta com menina que viu no metro e quando chega ao serviço escreve um belo texto sobre ela, e ele fica surpreso como algo tão bonito surge assim de um simples avistar. Quando saio do metro e caminho para o pondo de ônibus vou pensando que de nada vale as qualidades, e outras coisas “nem botou reparo em mim” caminho “sou tão chata assim?” caminho, “e ainda não me desceu o fora que uma amiga me deu ao desmarcar o encontro do fim de semana” caminho” a verdade é que nada realmente importa, a amizade nem é lá essas coisas a amizade só é boa e bonita pra mim, pra ela sou só alguém, pro menino da sala sou só alguém, para o rapaz que tanto tento ver há semanas sou só mais um alguém” passando por uma barraca “Moço quanto que tá?”- pego o dinheiro e ele diz “dois reais” e me entrega salgadinho” de cebola em” eu falo e ele me entrega e eu pago e vou caminhando “hoje quero me agradar à tristeza está presente no meu coração, Deus sabe ou alguma coisa maior no universo, sabe o quanto estou triste nessas semanas, sem pessoas de verdade para contar os sentimentos e as tempestades, sem alguém para me tirar dessa realidade e da um pouco de morfina, me fazer sorrir de bobeira arriscar e lembrar que a vida pode ser boa, em algum momento, ela pode ser boa”.

Pode passar- um rapaz, gordinho diz- obrigada- passo por ele, entro no ônibus, pego o dinheiro- é bom ser cavalheiro às vezes- ele me diz, eu pago e viro para responder- só faz isso por que o ônibus está vazio praticamente- e ele me diz que não, eu sento e ele pergunta se pode sentar também. Ele vem falando e falando “que vida agitada, que rapaz simpático” eu penso, responde algumas coisas, pergunto outras – É a empresa pagou o meu carnaval ainda- e ele mostra umas fitas do rio de janeiro, um broxe da Bahia- que foda!- eu digo e ele responde que “foda é outra coisa, que não faço faz tempo, aliás,” e ele vem falando, vamos rindo, ofereço salgadinho, falamos de comida, de internet, de blogue- eu tenho um blogue- eu digo sorrindo “orgulho de ter vocês aqui No recreio, sim já vou espalhando...”- eu tinha um, postei duas vezes- ele diz, e eu já vou confessando- tenho um faz três anos- ele fica surpreso e vamos falando, pega o e-mail e celular e diz que vai ligar e eu já vou respondendo a suas cantadas- comigo a dica é ‘tempo’ ele sempre ajuda em quase tudo...- ele não concorda falamos sobre esperar e eu lembro de um cara de sampa que há tempo tento ver. Vejo depois que minha hora descer está próximo – valeu César por ter aparecido assim, você alegrou a noite, e eu não estava nada bem, obrigada- vou levantando e ele me pergunta por que eu não estava bem e eu digo que depois lhe conto desço e venho andando pela rua vazia, e eu me sentindo um pouco feliz, mas ainda sim há um peso no meu coração... Não é hoje que vou conseguir definir este peso em palavras... Seria um texto grande, teria que ter mais palavras na boca, na mente, no coração... Não nego que tenho vontade de desistir de tudo, trabalhar juntar uma grana e sumir, mas tem uma pessoa que me pôs nesse mundo e é por ela que eu aguento todo dia, é por ela que eu sou forte, que estudo, que quero dar tudo o que puder dar, mas não nego que quero o nada do amanhã às vezes, quero morar ali e aqui, o meu coração está no mundo, e a verdade é que sou dona de uma tristeza e um vazio impar, sou assim... “mas você é tão legal...” tem gente que diz, e tem gente que nem diz, vai logo julgando e falando “ah é você que não faz nada...” deve ser não faço nada... Um dia coloco a minha cara a tapa e escrevo todos os detalhes da minha vida, não seria No recreio e sim “A vida da Luana” e seria tudo cru, como a minha vida muitas vezes ou a maior parte dela é, a outra parte ela foi toda ilusão... Amor em vão por um garoto que não estava nem ai, brigas e brigas, dificuldades e a realidade como ela é, nada de final feliz, nada de amor de verdade, até o hoje o único que senti de verdade foi o da minha mãe, mas confesso que precisava de outro tipo de amor...

quarta-feira, março 09, 2011

Essa é a Maria Eduarda Cardoso do Amaral

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Quando pequena a mãe batizou- Maria, minha filha!- gordinha desde sempre, olhos escuros e o pai dizia – como pode? Olhos pretos não existem só castanhos- e a mãe completava- mas bem escuros.

Maria quando começou andar subia em qualquer coisa- Maria, não suba no fogão!- ela virava e ficava brava e essa sua fama de brava se perpetuou- Mel- o tio chamava- é tão doce essa menina que enjoa- o tio resmungava enquanto Maria chorava toda vez que ele lhe dava um beijo-baba baba- Maria dizia- mas na verdade a barba do velho Tico lhe arranhava.

Mel, como ficou o apelido de infância, arranjava briga fácil, aos 10 anos já havia sido expulsa de cinco escolas- Não sei mais o que faço com você Maria Eduarda Cardoso do Amaral- a mãe dizia e ia logo passando pano na mesa enquanto Maria, sentada de cabeça baixa dizia- Mas mamãe a senhora tem que entender, ele que começou!- a mãe nem escutava mais suas desculpas, sempre era a mesma coisa “Maria bateu em uma menina, Maria bateu em um menino, Maria isso, Maria aquilo”- Já pro seu quarto, vá ler! Estudar! Isso sim vai lhe dar um futuro!- a Mãe dizia enquanto começava a fazer o almoço.

Mal humorada essa menina- a avó de Maria dizia- Ela tem a cara fechada, não gosto dela- uma prima dizia- o pai dizia – É assim mesmo- este quase nunca estava em casa e quando estava Maria o escutava aos berros com a sua mamãe- Marlene estás louca?! Jamais teria outra!- sua voz grossa ecoava pela casa grande de dois quartos e um quarto onde Maria brincava, o pai trabalhava e a mãe pintava seus belos quadros. Após as brigas o pai sempre saia e Maria escutava a mãe a chorar.

Nas manhas de aula Maria não sabia em que se concentrar “Como posso querer aprender isso? Se mamãe está sofrendo em casa?”- E Maria fechava a cara, sentava no fundo da sala e por ali... Isolava-se.

Noutro dia chegou a casa e viu que a mãe estava no banho, passando pela porta do banheiro viu a mãe sentava no chão enquanto a água passava pelo corpo, a mãe que um dia tivera um belo corpo estava definhando, estava magra de ver todos os ossos, os cabelos antes compridos hoje estavam mais curtos, desbotados, sem um corte preciso “mamãe está doente?”- Maria teve vontade de fazer essa pergunta em alto bom som, mas se conteve, teve medo da resposta, teve medo do: sim minha filha, irei morrer...

Uma noite enquanto Maria dormia o pai chegou e a mãe aos prantos dizia- Seu cachorro, eu sei que estava com ela!- Maria levantou e viu pai tentando bater na mãe, sem pensar, correu- Não, larga ela!- Maria se colocou no meio dos dois- Sai daqui sua cadela- o pai, não parecendo estar bêbado dizia, Maria com a coragem que Deus lhe deu ali ficou, nem responder aos xingamentos do pai e calando a boca da mãe- fique quieta mamãe, não vês que ele está virado no cão?

domingo, março 06, 2011

sábado, março 05, 2011

Dessa vez não deu samba.

Faço lá as minhas maldades, meu assassinatos, minhas rimas sem noção, mas se você ler bem, vai perceber, que “ali tem”, mas as vezes com a televisão ligada, em pleno carnaval e a chuva boa lá fora, eu, fingindo ser alguém, canto músicas que só eu conheço, deve ser por que eu as fiz, ai sai esses protótipos de música, sem violão, com uma melodia na minha mente, misturo “los Hermanos” com a “Céu” e assim fica... Que os músicos me desculpem que os amantes do carnaval me perdoem, mas por aqui hoje não tem festa, nem samba... Tem canção.

Ser gente grande.

Você vive me dizendo, ei-meu-bem, vamos crescer (espairecer).

Você vive a me cantar, lá-em-casa, ei meu bem- quero você!

Que tal, que tal, que tal se a gente crescer?

Que tal, que tal, que tal... Se eu amar você?

Você quase que sorri qua-se-sempre, vem me dizer “quero crescer”

Então vamos eu lhe digo, vem meu menino, espairecer.

Me da a sua mão, daqui em diante vamos viver...

Que tal, que tal, que tal, lá- em –casa- quero -você!

Que tal, quintal, que tal se a gente crescer...

No quintal, que tal, que tal se eu te disser- amo você...

Que tal...”

Obs. Só veio isso, se por acaso vier mais, eu mostro pra vocês. Enfim, bom carnaval.

sexta-feira, março 04, 2011

Parabéns.

 

 

 

 

 

 

Três anos.

Três anos.

Três anos.

 

Não, não encontrei outra forma de demonstrar tal alegria.

quinta-feira, março 03, 2011

Desabafando.

Estou me desmembrando, morrendo ao poucos. Ontem chorei de saudade, lembrei-me de uma guerra de bexiga, de uma festa surpresa, e resumi todas as manhãs, lembra quando a gente chegava vinte minutos antes da aula, comprava pipoca, subia pra sala, e sentava nas mesas e ali ficava? Rindo a toa, as 07h10min da manhã, falando besteira, contando o que passou, comentando o que é. E hoje eu escrevo: é acabou.

E eu me pergunto, se eu me lembro de quando subia a escada para pátio central e que sempre olhava pra direita? Lembro sim. Lembro todo dia. Procurava ele e sua turma, mesmo sabendo que eles já não estavam mais lá, era só pra confirmar, a saudade era grande, mesmo que as feridas fossem profundas também. Estou padecendo aos poucos...

Cada dia que passa parece que perco um pouco de mim estou mais longe de vocês, sendo que dele estou longe faz tempo... Mando mensagens, escrevo recados e agora faço textos, choro dentro do ônibus, coloco fotos antigas no celular, só pra fazer de conta que foi ontem, foi semana passada ou que foi agora a pouco.

Já me recusei a sofrer por outros. Sofrer só se for por aquele menino, e amar também.

Agora me recuso a amar tantas pessoas, fazer uma amizade com raízes tão profundas pra depois o tempo vim simplesmente e acabar com tudo, para alguns rapazes chegarem e levar as minhas folhas, minhas flores, meus frutos...

Sou uma árvore velha, sem nada de bom pra oferecer... Perdi meus alimentos e minha raiz está apodrecendo.

Pois mais que os risos às vezes sejam presentes hoje... Nada é como um dia foi plantando.

Sinceramente quase nada está valendo a pena. Estou me escondendo por trás de palavras já escritas e busco a solidão constantemente. Queria que a chuva desses dias lavasse a minha alma, meus traumas e meus amores antigos, nada recíprocos, pois assim eu poderia acordar olhar para o mundo e para pessoas como os olhos de criança, e ter a curiosidade de querer saber de tudo de saber como é mundo e querer amar. De não ter medo de andar, poder filosofar sem amores para reclamar, sem saudade pra sentir, sem mensagens pra mandar.

Quem sabe amanhã... Quem sabe...

Tão dizendo por ai que isso passa... Mas acho que a saudade resolveu ficar, esta marcou um encontro com as lembranças... Elas resolveram conversar...

Estou chata eu sei. Careta. Careta. Mas é quando escrevo a verdade e sou verdadeira sem ficção alguma, sem Lobos e Lua para encantar, eu sou isso aqui...

Eu que sempre admirei os escritores, as palavras calorosas e aflitas, e suas descrições... Mal sabia que era tão ruim ser poeta e sentir o mundo como ele é... Não ter o mesmo encanto que os outros. Sou um estatua em um banco, petrificada pelas minhas tristezas, pelas minhas angustias, saudades, amores, temores. Daqui não saio mais, só alguém me salvar, mas também já não tenho mais esperanças... Está difícil sobreviver aos dias, estou cansada de ficar parada, de ser o nada, e sentir tudo. Às vezes não tem, mais porque continuar... Raízes indo pelos ares... Estou padecendo, e desta vez, não tem volta.

quarta-feira, março 02, 2011

Aniversário das palavras ditas

Quando abria o teu caderno azul na folha dos livros lidos, tinha raiva, apenas três e estamos em março. Quando chegava sexta, olhava para sábado e domingo e ninguém estava lhe esperando “ imagina quando morar só? Solidão irá me esperar”.

As palavras durante os dias iam se acumulando, e acumulando. Batendo em seu coração, ocupando cada vez mais espaço. A tristeza vinha hora sim e hora não “será que todo mundo é assim?”, mas quando sou triste, gosto de ser igual “ ser triste, é normal” mas quando estou feliz ‘felicidade é singular, pois de você, só existe um”.

E quando o dia acabava, na madrugada pela rua, andava de pressa, rua molhada, corpo suado, tênis sujo. E quando chegava em casa era sempre a mesma coisa, a mesma rotina.

Nos lugares que ia, era sempre indiferença “morri? Porque tu não me enxergas...” tinha vezes que pensava que seria melhor assim, ser só, falava que ia largar tudo, que ia viver pra ler e ler pra sobreviver, que ia começar a gostar de café e que ia finalmente começar a devorar livros, que não ia mais começar um dali e outro daqui, que ia apenas escrever em folhas, nada de Word.

E quando ia se arrumar, dizia que ia usar aquele tênis preto que pagou tão caro pra deixar pegando pó, mas no final, pegava o all star preto com cadarço azul, já rasgado e se pisasse no chão molhado a meia enxercava. E ia assim...

Teve uma noite que até pensou “acho que a minha vida é essa mesmo, viver lembrando o que um dia foi reciproco, do que um dia foi bom, de um abraço apertado na saída do shopping, de um vídeo engraçado de beijo estralado feito perto da churrasqueira na casa dele, de um por do sol em um campo de futebol. Ela estava conformada, sua vida seria apenas lembrar”.

E tinha dias que as palavras não vinham. E ficava horas ali, nem Beatles, nem Aerosmith, nem Vanessa da Mata... Nada a fazia escrever... Nada.

E teve noites. E teve dias. E teve textos. E teve histórias. E parece que a sua vida inteira foi um intervalo... Entre o antes- com ele e depois sem ele. E sem poder ficar com ele e sem ele, ela ficou ali, no intervalo, no recreio.

Dia 4 de março, o blogue no recreio faz três anos.

Três anos falando sobre a mesma coisa.

Três anos falando sobre o que poderia ter sido.

Três anos falando sobre ele.

Na verdade, nem falei, guardei pra mim, mostrei pra vocês.

terça-feira, março 01, 2011

Lobos oferece carona

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Licença- Lua pedia, enquanto passava com um guarda-chuva vermelho, pela calçada tumultuada. Para na calçada, o celular toca- Alô!- atende gritando, a chuva está forte, a calçada está apertada- Lua!- “Lobos”- Lua pensa feliz- Lua? Tudo bem?- Lua mal consegue responder, havia dias que esperava por essa ligação- Tudo! E com você?- responde- Lobos não responde apenas pergunta- Quer carona?- E no segundo seguinte quando Lua olha pra frente, ali está ele dentro do carro, no farol segurando o celular, sorrindo, com duvidas, com medos e certezas “ era o amor oferecendo carona” pensou Lua.

 

“Depois que o mal tempo foi
Eu vi você chegando
Trazia o rosto doce, bom e aliviado
Nada mais incerto
Passava também um tempo”

 

No carro Lua pergunta animada e ansiosa- como sabia que eu estava aqui?- e o encara, Lobos está com o cabelo um pouco molhado, sua camiseta preta está com alguns pingos de chuva, ela se lembra daquela camiseta, eles compraram em uma loja na av. Paulista, ele ficou enchendo o saco da vendedora para conseguir um desconto “mas como? Na Avenida Paulista ainda” Lua sorri sem dividir aquele pensamento com ele, afinal ele está dirigindo, nem reparou- Eu trabalho aqui perto Lua, esqueceu?- Ela faz que não com a cabeça- Vi seu guarda-chuva, eu que dei. Acho que só existe um guarda-chuva nessa cidade, vermelho e com desenho de uma Lua e um Lobo- Ele sorri, feliz por ter dado um presente são singular- É verdade, mas mesmo assim, é muita coincidência- Mas Lua deixa o assunto pra lá, afinal ele ofereceu uma carona, quer dizer que quer conversar com ela, pelo menos é o que Lua pensa e quer- Está com fome?- Ele pergunta, mas sem esperar a resposta continua- Podemos ir almoçar, está cedo ainda- fala e da uma olhada no relógio para confirmar- Tudo bem, vamos- Lua responde.

 

Na calçada do restaurante, de baixo de um tempo nublado e sem chuva, Lua, antes de entrar no restaurante, não aguentando de ansiedade pega na não de Lobos- vamos acabar logo com isso Lobos- ela o encara e solta a sua mão da dele- Como pode depois de dias sem dar sinal de vida, simplesmente chegar me dar uma carona e fingir que nada aconteceu, que ainda somos um casal, que tudo está bem... - Lobos a encara também “ ela é assim, não sabe esperar, não sabe comer primeiro e depois conversar, tem que ser tudo pra já, pra ontem”- Lua, o que você quer que eu diga?- Lobos respira fundo- Que você me magoou? Que ainda estou triste? Ferido?- ele busca a mão dela- Isso tudo é verdade, mas o que eu sinto por você supera tudo isso. Você me disse que não sabia que o remédio ia fazer mal ao bebe, então- ele da um passo- Eu acredito em você- a mão dele arruma o cabelo dela, guarda uma mecha atrás da orelha enquanto a outra já está agarrada a mão dela- Era isso que você queria saber?- Lua faz que sim com a cabeça- Somos então ‘nós?’- Lua pergunta, gosta de confirmar- mas Lobos não responde.

“Voltávamos a ser então o tal casal
Apaixonado, apaixonado”

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Logo eles aparecem por aqui contando como está sendo a vida deles

 

-Mais uma vez “O tal casal”- música da Vanessa da Mata