Na mesa seis pessoas, sobre a mesa comida fresca e quente.
“quero sair daqui”- Fernanda lê a mensagem no celular- “calma já está acabando”- clica em enviar- Julia lê, está do lado de Fernanda também com celular no colo.
-Mas acho eu que cortinas azuis combinariam mais, não acha Cris?- Manoela falava enquanto encarava o marido, este apenas olhava e dizia às vezes que ‘talvez’ e noutras vezes pegava a taça de vinho e dava um gole.
Em outra cadeira irmã de Manoela falava que- As cortinas azuis ficaram maravilhosas- tomava um gole do vinho e repetia-ma-ra-vi-lho-sas- e depois sorria.
“vamos fazer alguma coisa?” Fernanda lê mais uma mensagem da prima “o que?” reponde. Julia sorri quando Fernanda lhe encara, com seus olhos inocentes e curiosos, não sorri, apenas arruma os cabelos negros sobre o ombro e depois volta a comer.
-Fernanda minha filha- Manoela diz com toque de nojo, com um pouco de amor( como se isso fosse possível)- vá pegar aquela caixa que está no meu quarto, aquela vermelha- toma mais um gole do vinho- Julia, vá com ela, a caixa está pesada...
Julia sorri ‘perfeito’ pensa.
Fernanda se levantou primeiro, está com um vestido rosa claro, curto, mostrando as pernas brancas.
-Sim tia- Julia diz enquanto levanta-se e vai logo atrás da prima.
Fernanda sobe as escadas, de baixo Julia vê as pernas brancas de Fernanda subirem, se movimentarem lentamente como em um filme, sente-se nervosa e ao mesmo tempo viva.
No quarto...
-Ju pega aquele banco ali pra mim- Fernanda diz enquanto arruma o cabelo na frente do espelho, percebe também uma espinha na bochecha, toca os lábios ‘ estão tão ressecados’ pensa ‘ esse tempo maluco, hora faz calor hora faz frio’
-quem sabe um beijo?- Julia diz. Fernanda assusta-se.
Julia está logo atrás, próxima de mais... E fala como se soubesse dos pensamentos de Fernanda- Seus lábios, estão ressecados, não seria falta de um beijo?- Julia sorri, como se não tivesse falado nada de mais, como se não estivesse próxima de mais. Encara-se no espelho, passa mão em seus cabelos vermelhos e depois como se em um susto percebesse que Fernanda estava ali, a encara- está precisando namorar prima- e sorri.
-Deixa disso Julia- Fernanda diz sem graça ‘Julia às vezes me reprime’ e vira-se querendo sair daquele meio de ‘espelho e Julia’ mas para a sua surpresa Julia não sai, fica ali, lhe encara, coloca uma mão na parede, sorri- Porque está vermelha?- Julia pergunta se aproximando.
Fernanda não sabendo o que fazer fica ali, sente que as pernas lhe faltam, a respiração pesa em seu peito ‘esse sutiã está apertado? Esse espaço! Muito apertado...’ pensa, mas Julia continua ali, lhe devorando com os olhos ‘seria apenas impressão?’- Vejamos- Julia começa a dizer, sua mão branca e fina passa pelo rosto de Fernanda- está com uma espinha bem aqui- e Julia passa o dedo pela bochecha rosada da prima- Mas nada que um creme não resolva, não é verdade?- E lhe encara, olhos nos olhos, Fernanda sente um carnaval em seus estomago ‘porque não consigo sair daqui, o que Julia está fazendo?’(pensa). Mas Julia continua, seus dedos se aproximam do queixo de Fernanda e depois dos lábios- Finalmente... -Julia diz, sorrindo como se tivesse encontrado o que queria- Seus lábios... - E se aproxima cada vez mais- Teus... – agora Fernanda consegue sentir o aroma de Julia, teu perfume forte, seu hálito cheirando a suco de morango e no meio deste pensamento Julia encosta seus lábios nos lábios de Fernanda e esta respondeu ao pedido de beijo, Julia a tempo queria isso, sempre a com a prima, sempre a vendo se trocar, se banhar, cresceram juntas. Fernanda estava assustada, mas não conseguia parar com aquele beijo, era forte, intenso e provocante, sentiu as mãos de Julia invadindo a sua cintura, o pescoço e em seguida um aperto como se Fernanda fosse fugir sumir, evaporar...
-Fernanda!