sexta-feira, abril 29, 2011

não preciso mais.

 

 

 

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Acedeu um cigarro, estava encostada na pia ela cantou uma música que veio em mente - As a spider comes and looks at you like an enemy- ele a encarou.

-Você precisa de ajuda.

-por certo tempo você me disse que eu precisava de mim e eu acreditei. Acho quem precisa de ajuda é você.

- isso não tem nada a ver- ele disse, abrindo a geladeira- não tem nada aqui, do que você esta vivendo?- ele virou e a encarou por completo.

- não tem mais nada aqui para você, Alex.

-Tem razão- ele fechou a porta da geladeira- não tem mais nada aqui para mim.

-Não sei o que veio fazer aqui- ela sussurou e deu uma tragada.

- vim para saber como você está...

-Bem- ela abriu os braços- ainda tenho todos os membros, a minha geladeira está vazia e o meu cigarro está acabando- ela deu mais uma tragada e aponto para a porta- você sabe o caminho.

Ele caminhou até ela- não precisava ser assim Manu.

- As a spider comes and looks at you like an enemy…- ela cantou.

Ele se foi.

Agachou-se e ficou ali fumando encostada no balcão da pia, sentada no chão gelado.

 

música: miles away – yeah yeah yeahs.

quinta-feira, abril 28, 2011

deixar para lá, ou nada.

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Devo dizer que tudo foi embora. Deixaram-me aqui com uma luz ligada no fim daquele corredor que fica atrás da minha poltrona. Também deixaram um maço de cigarros, mesmo sabendo que eu não fumo. Um isqueiro de caveira. Uma garrafa de whisky. Um copo. E a solidão chegou acendeu o cigarro, bebeu todo o meu whisky e rio da minha cara e depois me disse-  É Luana até as palavras foram embora em? O que vai ser de você agora?

terça-feira, abril 26, 2011

Salvação

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Fones aos seus ouvidos um play em um aparelho qualquer, algo que a fizesse dançar, sem parar, sem parar.

Passos pela rua molhada, ela olhava da janela.

Depois em um corredor ela o olhava rir de outra vadia qualquer- quantos livros essa vaca já leu?- aposto que nem sabe ler. Pera ai estava com ciúmes?

Aumentou o volume, teve vontade de dançar.

Quando avistou aquela gente, naquela rua, uns sentados outro fumando em pé em um canto qualquer, ela pode ler pelos lábios daquela mulher – eu faço o que você quiser.

Ela sentiu inveja, quis fumar, poder fumar, gostar de fumar. Ter uma mesa com cadeira e uma cerveja gelada pra degustar. Degustar? Vamos encher a cara!

Mas ela piscou, a realidade voltou. Pegou seu rumo, entrou no metro.

Não tinha amigos, não amigos que a tirasse de casa, não existia aqueles que se importavam.

Quando chegou a casa, deitou na cama, aumentou aquele aparelho qualquer, escutou aquela batia, sentia-se bem.

Suspirou- só a música salva.

 

 

Galera, a minha net está muito do inferno nesses dias.

Ela não funciona de dia !

Então peço paciência, porque de noite não consigo ficar muito tempo na net, então só da pra ler um blog.

Espero a compreensão de todos =)

Beijos!

sexta-feira, abril 22, 2011

Monoelle

 

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A sala escura mostrava os dias que passaram por ali, em uma poltrona uma mulher jogava-se e em seguida ressurgia em um copo qualquer de bebida barata comprada em um boteco de esquina. No seu som ao longe, em cima de uma mesa velha, uma mulher cantava hora apenas gemia ‘essa é a minha música’ ela sussurrou enquanto se jogava em outro copo, sua garganta queimava mais a cada gole, na sua outra mão um cigarro, ela fumava o vigésimo do dia ‘ se quero morrer?’ lembrou-se daquele dia de março em que a irmã a visitara ‘você tem que parar com isso, essa droga vai acabar te matando!’ ela sorri ao lembrar daquilo ‘mas esse é objetivo da coisa, se quero morrer? Por que não, mais um cigarro?’. Cruzou as pernas, sobre um joelho roxo, lembranças da noite anterior, suas costas ainda doíam, seus cabelos bagunçados apenas afirmavam que há dias aquelas mechas não sabiam o que era bom pente, quiçá água, shampoo e condicionador.

Ela não ligava. Pegou o controle aumentou o som, tomou mais um gole, este que desceu rasgando e queimando todas as suas palavras engasgadas, deixou a cabeça pender para trás.

Ali ficaria, mais um cigarro, por favor. A dor era insuportável.

quinta-feira, abril 21, 2011

Porta, pedra e água.

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É estranho olhar pra você e querer te abraçar, querer passar mais tempo com você.

E a pior parte é querer teimar comigo, quando meu inconsciente diz “você está gostando dele!”.

E meu coração, sereno, nada responde.

Meu consciente já vai logo nervoso dizendo- é melhor parar com esse papo, que gostando o que...

Eu no geral não sei de quase nada, parece que estou de frente para uma porta na qual já estive tantas vezes, sei que a chave está no meu bolço. A porta me encara, se for isso for possível . Sempre parei nessa porta, há tempos não passo por ela, chegando aqui sempre volto e sempre digo para mim- que é melhor não tentar. Hoje eu ando pensando que por você, eu tentaria, abriria a porta e me jogaria daquele penhasco, nadaria na paixão, e depois flutuaria no amor.

Mas ai eu acordo, abro os olhos, olho para o lado. Penso ‘isso não vai dar certo’.

Mesmo sabendo daquela lei da atração, somos o que pensamos, ou temos o que merecemos, pergunto-me: se eu quero tanto você só devo pensar em você? Imaginar planos, lugares, eu e você... Isso seria pensar positivo, estilo aquele livro ‘o segredo?’ ou seria ilusão? Qual é o limite entre querer você ao meu lado e me iludir com você?

Esse capítulo, eu já procurei, não tem nos livros.

segunda-feira, abril 18, 2011

Te vi.

 

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De tanta dor que sentia.

A cabeça pesava e a testa doía.

Quando fechei os olhos vi uma cena, você e eu rindo, eu te abraço e fica tudo bem, quanto carinho.

Abro os olhos. Acho estranho.

A dor vem, lateja, minha cabeça pesa, o pescoço dói.

Viro-me para o outro lado mais escuro do quarto.

Fecho os olhos. E lá vem outra cena, eu e você.

Ganho um beijo no rosto. Vejo-nos dando risada. Você me abraça e fica tudo bem, quanto carinho.

Mas sinto dores. Dores que me atrapalham toda vez que fecho os olhos e vejo nós dois.

Hoje quando acordei só pensava em duas coisas.

- qual é o nome disso? Sabe, quando você fecha os olhos e vê algo, mas não está dormindo.

- preciso me livrar da dor, para poder passar mais tempo de olhos fechados vendo você e eu.

sexta-feira, abril 15, 2011

Um paço

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De baixo de um céu alguém se esconde não querendo chorar, pois o calor não combina com dor, isso apenas rima.

Talvez um fone de ouvido, um céu cinza sobre as nossas cabeças, uma rua molhada e você caminhando rápido para lugar nenhum, isso não rima, mas combina.

Tem hora que tudo parece combinar e noutras que tudo não faz o menor sentido e você se perguntar o que estou fazendo aqui?

É como se olhar no espelho constantemente, quando alguém lhe sorri ou quando em segundo você é ninguém e no outro você é a menina que faz aquele cara legal sorrir. Meu reflexo me pergunta ‘ acredita que chegamos aqui? Lembra-se daqueles dias em você chorou e só havia feridas em seu coração? Ainda bem que você aguentou que está aqui, porque se não olha o que ia perder, este sorriso, iria perder este sorriso’.

Respiro fundo e digo para mim ‘ jamais poderia perder esse sorriso’.

E talvez os dias de chuva não combinem com o meu estado de espirito este que nessas últimas semanas está esperançoso, calmo, sentando em um banco esperando por algo bom, e eu não faço ideia do que seja algo bom. Será que é como nos filmes e alguém vem e muda a tua vida? Ou talvez essa pessoa já esteja aqui, ele só não me percebeu. Mas a calma é tanta a paz é de um peso que sei que posso esperar, estamos construindo algo, certo? Não sei. Tem horas que a fé ameaça ser quebrada e tudo em que acredito parece se perder, mas respiro fundo é preciso continuar.

Eu preciso continuar.

quinta-feira, abril 14, 2011

Quem mandou você pra mim?- parte 4

 

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Sentada em sua cama você falava sobre coisas que nunca havia me contado. Pelo menos, era o que eu sentia. Eu não precisava fingir interesse você falava e eu gostava de escutar, a minha atenção era sua e eu realmente me interessava. Seus olhos empolgantes seu jeito de menino, era um menino, o corpo nem tanto. Quando você não percebia meus olhos corriam pelo seu corpo ‘ será que já posso beija-lo? ’ mas logo voltava à realidade e entendia algo sobre o que você estava falando e continuava a prestar atenção. Volta e meia você ria e eu continuava falando ‘é sério’ e você concordava e começávamos outra conversa a cama ficava quente, meu corpo querendo doer depois de tanto tempo sentada, mas eu não conseguia dizer ‘vamos sair daqui? ’ sua mão não sai de cima da minha, as vezes você se esquecia dela em cima do meus dedos e nossas mãos começavam a soar e você dizia ‘é dinheiro’ eu descordava dizendo que ‘dinheiro é quando a mão coça’ e você também descordava...”

Abri meus olhos e percebi que já estava chegando à estação. Ainda não acreditava que o rapaz do sonho, aquele sonho que se repetiu tantas e tantas vezes na minha cabeça. Sabe quando você fecha os olhos e a cena vem? Então é isso, será que alguém no mundo já vivenciou isso? Enquanto caminhava pela rua fui pensando que romântico seria se um dia tudo aquilo que sonhei tornasse real, se eu e o Le... E quando pensei em ‘eu e você’ como ‘nós’, algo dentro de mim moveu-se, uma sensação de paz tomou conta de mim, a calma veio junto como se tivesse preparando o terreno e eu me perguntei ‘ o que faço agora?’ e como se minha alma ou minha mente fossem seres separados de outro ‘eu’, e a resposta era- que não precisaria fazer nada, só esperar o tempo passar que as coisas iam acontecer fluir, normalmente- e outra vez me perguntei- que coisas são essas?- desta vez não tive resposta, mas cena do quarto voltou para a minha mente. Retornei ao meu pensamento ‘eu e o Lê’ e novamente uma sensação boa tomou conta de mim. Eu continuei caminhando, agora sem medo e sem grandes questões na mente. Só queria seguir em frente.

Naquela noite quando cheguei a casa escrevi em um caderno de capa azul totalmente rabiscado: Hoje sinto que estou no meio do caminho, deixei minhas malas de lembranças e magoas lá atrás guardada em algum dia em que acordei sem dores e agora comecei a caminhar, mas o medo de apostar tudo em um alguém ainda me deixa repleta de receios, e sei que preciso mudar este meu pensamento de que pra mim as coisas não dão certo, sendo que na verdade elas estão dando certo, sempre deram, eu que não quis ver nem aceitar. Virei às costas para as energias positivas, pessoas, momentos maravilhosos... Mas o medo ao pé do ouvido continua dizendo- ‘ e se acontecer de novo?’. Mas quando penso em você- Le- é você mesmo, algo aqui dentro diz que vai ser diferente, é estranho até pra mim mesma. Sei que sinto uma amizade crescer e também acho que alguém lá em cima querendo acalmar as minhas dores e questionamentos mandou você pra mim e em seguida deixou um bilhete dizendo ‘esta é a sua oportunidade, mas não conte isso á ninguém, nem mesmo á própria oportunidade pois o Tempo quer dar alguns retoques nela’.

Enfim me encontrei.

quarta-feira, abril 13, 2011

nota sobre a nota-parte3

 

antes leia:

parte 1- sonhando paz. vivendo tensamente

parte2- Encontrar-te

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-Ana!- foi o que Lê disse quando atendi ao celular.

- Oi Lê... - me levantei, procurando por algum relógio.

-Você já chegou à faculdade? Porque eu vou me atrasar um pouco!-Lê disse ofegante.

Nossa, esqueci-me dele... Como pude? E que porra! Cadê meu relógio! – Não, Lê eu estou me arrumando também vou me atrasar- levantei da cama tirando a roupa, pegando uma toalha que estava jogada em cima da cadeira, voltei a olhar para cama e vi meu relógio em baixo na cama fui até ele, peguei ’15:30’ puta merda! Nunca que chego lá as 16h00min... - vou chegar meia hora mais tarde. Beijos.

-Tá. Beijos.

Desligue e joguei o celular em cima da cama. Corri para o chuveiro tentando pensar em como me esqueci de encontra-lo na biblioteca, como pude dormir durante a leitura ‘nunca mais leio na cama!’.

Na biblioteca...

-Meia hora mais tarde em!- ele sorriu e me deu um beijo.

-Desculpa, foi o ônibus, trânsito também... - eu fiquei de pé esperando por uma cadeira, já que ele estava sentado- Ué Lê, cadê a minha cadeira?

Ele rio- sei lá Ana, pega uma ali atrás. Eu cheguei tinha bem umas três nessa mesa, ai o pessoal chegou e começou a pedir e eu deixei.

-Ah bonito isso! Tó- dei minha mochila- segura ai enquanto pego uma cadeira né!

Sentei ao seu lado e enquanto eu tirava o material da mochila Lê abriu um livro e começou a grifar alguns parágrafos. Comecei a ler umas anotações mas tudo que lia fugia, nada ficava gravado, já lido demais em casa e bem que é verdade quando dizem que você estuda e depois dorme, lembro de tudo que li pela manhã...

-Não é verdade?

Eu encarei o Lê, “não é verdade o que?!”, não sabia, estava perdida comigo mesma.

-Desculpa... Não escutei, estava muito concentrada- tentei sorrir.

Ele largou o lápis em cima da mesa- a Fernanda, continua me mandando mensagens, sabe? Aquelas coisas possessivas de “ não vivo sem você”, ela é maluca, já terminamos faz um mês e ela continua com isso- ele me encarou esperando por alguma solução, como se eu tivesse a solução para tudo.

-Bem... - tossi, pensei “na verdade foi você quem terminou, não ‘nós’”- acho que é melhor você deixa isso para lá, se você não der trela talvez ela se toque e... Esqueça.

Ele concordou com a cabeça- Não vou namorar nem tão cedo.

Eu ri para mim mesma, da última vez que um cara me disse isso, dois meses depois que estávamos ficando ele me pediu em namoro- Não é bem assim Lê, não é porque não deu certo com ela, que não existe mais chances de você dar certo com outra pessoa.

-Se é loco, essas meninas são tudo loca!- ele fechou o livro e me encarou- Ana, uma maluca me agarrou hoje lá em casa!

-Na sua casa?- Como ser homem é fácil! – como assim, me conta?- fechei o livro também e comecei a prestar a atenção na conversa.

- É uma amiga da minha irmã, duvidei dela e ela me jogou na parede e me beijou, acredita?

-Acredito. Eu não tenho coragem de fazer isso sabe? Sei lá, se eu estivesse ficando com o rapaz, ai é outra coisa...

-Mas se um cara faz isso com você? Sabe, é da hora.

Eu fiquei pensando. Seria mesmo legal, mas seria mais ainda se eu gostasse dessa pessoa. Na hora o Ricardo veio em mente, droga! Pra que fui pensar nele- Assim, é que...

-Fica vulgar para mulher né?- Ele completou.

-Sim, fica. Assim, se eu tivesse ficando com você, por exemplo, eu faria isso, mas com alguém que eu não estou, mesmo que eu goste, não tenho coragem... - Disse, fiquei sem graça segundos depois “ Se eu tivesse ficando com você?” que merda é essa...

Ele não disse nada, não dei tempo para ele dizer nada- Quer dizer... Eu estou dando só um exemplo Lê.

- Não, toda amiga minha que eu namorei estraguei a amizade e se eu ficar com você, vai estragar a amizade- ele justificou.

- É... - respirei fundo ‘ ele me deu um fora sem eu nem pedir pra ficar com ele?’ algo em mim murchou- Era só um exemplo Lê- se era só um exemplo porque fiquei desanimada?- E eu sei que não faço o seu tipo...

-Você é minha amiga...

Sou sua amiga ou não faço seu tipo?- Lê, é... Vamos esquecer esse papo que tal? Vamos estudar.

Estudamos por mais meia hora. Até dar o horário de subirmos e fazer mais uma prova.

Voltei de baixo de chuva. E no ônibus vim escutando música quando de repente lembrei-me de um sonho que estava tento no final do ano passado eu sentada na cama de uma pessoa, na verdade era um rapaz de cabelo preto , de pele morena, conversávamos e estávamos felizes. No sonho era como se eu fosse namorada dele, sabia que tinha uma cunhada, sabia que estava na casa dele... Nessa hora senti uma alegria e calma, como se alegria e calma pudesse se pegar no ar, como uma doença, e segundos depois a minha ficha caiu como aquelas bigornas que caem de prédios em desenhos animados- O rapaz do sonho... - falei alto sem nem me tocar, mas é que tinha feito uma descoberta tão importante...

“Sentada em sua cama…

 

Continua

 

obs.

Eu sei que minhas visitas estão raras, mas é que escolho só uns dois blogues para ler por dia espero que entendam.

Sobre o conto, ele está sendo escrito ao-vivo, digamos assim, porque oque me levou a escrevê-lo foram fatos que ocorreram nas últimas semanas, esta parte do conto e a próxima tem 60% de verdade e escrever a minha vida assim, acrescentando e modificando umas partes está sendo uma experiência novíssima para mim. Espero mesmo que gostem. Por isso não sei sobre a continuação. Talvez se nessa semana as coisas mudarem, o final (ou começo para mim) seja verdadeiro ou apenas ( se não der muito certo) seja só mais texto criado, mas o que vale é fazer de cada momento um ótimo capítulo.

terça-feira, abril 12, 2011

Encontrar-te...- parte 2

 

primeiro leia: sonhando paz. vivendo tensamente

 

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-Eu vou comer alguma coisa- Daniel me disse- Nos vemos na sala Ana.

Eu não conseguia me mover, parecia que qualquer ação do meu corpo modificaria todo aquele momento e quando ele falou tudo mudou, percebi o quanto tudo aquilo era real. Senti dor.

-Ana... - ele caminhou até meus braços, me abraçou, me deu beijo no rosto- Como você está?

-Com saudade- consegui dizer ainda em seus braços- Ricardo- o seu nome pesava em meus lábios- porque você sumiu? Não veio na semana passada e não respondeu as minhas ligações...

- Ah Ana- ele me soltou, mas no segundo seguinte pego a minha mão- Problemas e algumas notícias boas.

-Conte-me.

-Eu vou embora.

-Embora? Como assim? E ao seu emprego... E tudo isso aqui... - abaixei a cabeça segurando-me para não dizer- E eu...?- mas disse.

-Ah vocês são especiais- Ele me abraçou.

-Vocês?- eu sussurrei.

-Claro jamais vou me esquecer de vocês, eu prometo manter contato e nas férias, quem sabe eu venho pra cá?- ele parecia animado e eu parecia querer desaparecer...

-Eu jamais vou me esquecer de você- eu disse.

-Não fica assim Ana- ele me abraçou.

-Estou triste de verdade- o encarei.

- É estou percebendo...

-Ricardo!- Uma moça de cabelos lisos e olhos puxados aproxima-se

-Tassia- Ricardo vira e abraça- como vai?

- Tudo bem você sumiu o que aconteceu?- Tassia me encara- Oi Ana, tudo bem?

-Tudo...-respondo.

-Então eu vou me mudar... -Ricardo começa a dizer.

Eu não consigo mais escutar nada, tento esconder a minha tristeza olho para dentro da biblioteca vejo o Lê estudando sozinho resolvo voltar para o meu mundo...

- Oque foi?- Lê me pergunta já na biblioteca.

-Nada, é... O...- respiro fundo- Vamos estudar? A prova é daqui umas duas horas da pra gente fazer uma revisão... - disfarço, engulo seco... Leio e releio algumas coisas, o Lê comenta, faz perguntas, eu apenas confirmo e respondo outras enquanto pergunto-me porque você apareceu na minha vida? Porque tinha que te encontrar? Só para isso? Para ter um afeto, um carinho a mais e você em um belo dia dizer que vai embora?... Por quê? Fui para sala e nem lembro como fiz a prova. Voltei pra casa e segui em frente.

…-Ana!- foi o que Lê disse quando atendi ao celular.

 

Continua.

domingo, abril 10, 2011

Sonhando paz. Vivendo tensamente.

 

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Uma camisa branca com um suéter azul claro, meu volto c30 estava por uma estrada onde as árvores completavam o senário. Meu cabelo amarrado não permitia que aquele que vento gelado o bagunçasse. Eu estava calma e esperançosa, talvez fossem as árvores, o tom de verde ou só o céu azul, o carro”.

Abro os olhos sentindo-me mais calma, mas meu corpo estava dolorido...

- Oi

-Oi- eu digo enquanto arrumo meu cabelo.

-Não sabia que aqui era lugar para dormir.

-E não é Lê, mas eu estou muito cansada- tirei minha mochila da cadeira- senta aqui. E você demorou também.

-É demorei, desculpa- Ele sentou, abriu a mochila tirou um caderno, umas folhas.

-Você está bem?- comecei a pegar meu material também.

- Alguns problemas... -Sua feição era de cansaço- Sabe investi em alguns negócios e não deu certo não teve movimento lá no restaurante nesse fim de semana.

-E seu pai disse algo?

-Não, ele disse que tudo bem, acontece, mas...

-Você tem que parar de se preocupar tanto assim Lê- voltei a tentar arrumar o meu cabelo.

-Eu sei, mas é não assim que funciona Ana. - Ele abriu o caderno e disse sem me encarar- tá bom o seu cabelo...

-E como funciona? Você tem 18 anos e já tem cabelos brancos!- eu o encarei- Porque não desabafa? Às vezes ajuda e eu já parei de arrumar o meu cabelo.

-Lá em casa estamos em plena crise de vinte nove- ele sorriu.

-É bom, assim quando o professor perguntar na prova você já sabe como responder... - Rimos- Continua vai...

- Eu investi...

- Ana!- senti uma mão no meu ombro, virei.

-Sr.Daniel!- levantei e o abracei- Tudo bem?

-Sim tudo- ele respondeu ao meu abraço e em seguida cumprimentou meu amigo- E ai rapaz, tudo bem?

-Tudo e com o senhor?

-Tudo em paz- Daniel voltou a me encarar- não precisam me chamar de senhor.

Eu sorri- É eu me esqueci de ser mal educada- sorri.

-Ana, podemos conversar?- Daniel pediu, parecia tenso.

Encarei o Lê e ele fez que sim com a cabeça- Vai lá Ana, ainda temos muito tempo para estudar- sorriu e começou a ler.

-Bem, vamos...

Saímos da biblioteca.

- Ana- Daniel começou a dizer- o Renato está ai.

Por segundos perdi o chão e o ar.

O sangue em minhas veias estava mais pesado.

Quando olhei para trás, pude vê-lo...

 

Continua…

quarta-feira, abril 06, 2011

Aprendendo

E provavelmente eu não queira mais nada da vida.

E talvez queira mudar, queria você, queira a vida, ou talvez eu só queira acreditar que as coisas podem ser simples quando a gente quer, que eu posso fechar meus olhos e imaginar você sorrindo pra mim e por de trás de suas lentes, ver teus olhos brilharem e às vezes até ver uma lágrima cair esta de alegria e depois você sorrindo e as palavras tentando sair, a piada foi boa, meu coração fica feliz por te ver assim de perto.

Não sei direito por que você apareceu na minha vida, queria tanto saber. E como pode uma pessoa assim me fazer tão bem, se quando a tua mão toca a minha tudo fica diferente, se quando você fala o mundo lá fora se cala, e tudo para. Como pode ser assim? Nem planejei nada, mas quando você disse que estava indo eu pedi depois que ficasse, fechei os olhos e pensei em todas as coisas que fizemos, foram poucas eu sei, os abraços foram raros, não houve grandes encontros grandes momentos, não houve nada ou na verdade, aconteceu tudo.

Na verdade foram duas cadeiras, duas pessoas, e mãos que se tocavam entre uma piada e outra, entre dias de sono, de contos dos dias, das coisas que já passaram.

Meu coração estava aquecido e queria mesmo saber como estava o seu... Saberei?

Quero mesmo acreditar naquele papo de lei da atração, quero mentalizar você, quero você nos meus dias. Ou talvez seja melhor deixar você ir...

Eu fico no meio caminho sem saber se vou lá...

Ou se fico aqui.

 

Continua…

 

Meus amigos do blogue, que saudade. Sumi, eu sei, mas não foi algo voluntário, estava sem net e com várias coisas para fazer. Então vim aqui postar para matar a saudade. E prometo colocar a leitura em ordem. Obrigada pelo carinho de vocês. Luana.