Quando deitou na cama com os fones no ouvido, uma música doce e calma tocou.
Seus olhos fecharam e os pensamentos dessa fez não vieram.
Sentiu uma tristeza, queria se sentir menos só, menos carente, menos... Menos.
Pensou em um carro e uma estrada, um sol colado em um céu azul, um vento em seus cabelos e uma música alegre pra cantar, mas pensando bem ainda estaria só, ainda seria ela em qualquer lugar, em qualquer estrada.
Então respirou fundo e teve raiva da música doce e calma. Deligou.
Da cama nada se via. Respirou fundo, estava cansada, estava triste, estava só.
Mas não queria nenhuma estrada, nenhum sol... Pois não existia lugar melhor pra se ficar naquele momento, do que a sua cama, com o seu cheiro, suas músicas doces e calmas, com a sua escuridão, com as suas paredes nuas, com as suas pernas nuas...
Apenas sabia que teria que levantar no outro dia e caminhar devagar e sempre, sabia que tinha que ter fé, que não estava pronta para aquilo que tanto almejava, mas é que as vezes é tão difícil esperar, tão difícil... Sentiu saudade da sua auto felicidades, dos dias claros, da falta de sono, do abraço de alguém, de amar... Teve raiva de si por sempre voltar e encontrar a tristeza, é como se tivesse com encontro marcado com esta todo mês, estava cansada desses encontros mensais, e às vezes até semanais.
Mas é que às vezes é tão difícil ter fé... Tão difícil...
Queria poder beber e esquecer por algumas horas, mas não gostava daquele gosto amargo e forte que as bebidas têm, dizia às vezes “parece que estou bebendo a minha vida”.
Não sabendo o que fazer, seu coração doeu, queria um alivio imediato, mas nada é assim, nada vem assim... Então voltou ao começo, colocou os fones no ouvido e com a música doce em seus ouvidos fez uma prece “me de paciência meu Deus e condições de preparo para poder receber aquilo que tanto desejo”... Desta vez não se irritou com a música, apenas serrou os olhos e dormiu... Naquela noite ela sonhou, e mesmo sendo um sonho, acordou feliz pela manha. Às vezes a felicidade vem assim na calada da noite, no serrar dos olhos em uma pseud. realidade.
6 comentários:
É tão doloroso querer e não sentir-se pronto. É tão doloroso querer e não poder, mesmo quando sente-se pronto, ah. É tão doloroso querer, simplesmente.
Sinto-me a cada dia mais só, e isso também é muito doloroso, mas não posso me preencher de pessoas vazias e sentimentos incertos. Eu quero a certeza, mesmo que errar seja humano.
Me identifiquei muito, adorei!
Então Lu, não sei, mas as vezes parece que escreves exatamente o que está passando e se for isto, bem, não tenho 'conselho' a lhe dar, porque eu me sinto por inumeras vezes solitaria, com dor e medo.
Tuas palavras, como sempre, me fizeram parar e pensar.
Melhoras...
E que este sonho feliz não passe, que estpa felicidade permaneça por mais tempo em você.
Ah Luana, eu queria tanto me senti menos tbm.
Um beijo!
Quantas pessoas já não tiveram a mesma sensação de não poder dar mais um paço? Inúmeras.
É difícil ter certeza, não estar preparada em diversos momentos, mas faz parte da caminhada, ora com paços largos, ora mais lentamente.
Beijos.
dói, é fato.
passa, é fato.
[ainda bem!]
bjsmeus
e encontramos a felicidade assim por um acaso, entre o sono e a realidade.
adorei esse texto
Beijos :*
Postar um comentário