domingo, agosto 29, 2010

Da série: realidade.






Da minha cor, que você não sente há a minha religião que você não toca.

A sua pena, que não me alimenta há suas orações que não me esquentam.

O seu olhar que não me alegra há sua bondade que não me conforta.

Meu prato, ainda carrega ar, minha fome ainda permanece, meu corpo vem a padecer... Mesmo você sentindo pena.

E o frio ainda me tira o sono, me penetra o corpo, me mata aos poucos. Não, suas orações não me esquentam.

Sua boa fala e seu diploma não me enriquece... Não me dão morada e conforto, nem comida. Dão-me muito menos, me entregam nada.

Sua fala rebuscada carrega críticas do passado e do presente, e às vezes, futuro. Falam de batalhas e guerras. Filosofam.

(bonito)

Você vai falar e falar, sacudir suas mãos e andar...

Eu não vou falar, nem sacudir, muito menos andar. Meu prato está cheio do vazio que vocês rezam e tem pena.

E minha barriga, está cheia de bondade. Por isso que meu corpo morre...

5 comentários:

Viiviih M. disse...

Muito lindo mesmo,mais que amei!
Parabéns,muito tocante!
Beijoos ;*

Anônimo disse...

Lulu.. eu amo a sua escrita... e desse jeito eu so posso amar voce tambem!

incrivel

beijos!

lua b. disse...

Triste :/

;*

Luria Corrêa disse...

LUUUUUUUUU ,também tava com muitas saudades de você, daqui. Meu pc pifou, mas voltou o/

Muito complexo o post, concerteza é uma crítica que deve ser meditada por nós em um sentido que se encaixe em nosso contexto. Muito lindo, adorei.

bejs :)

Amanda Arrais disse...

Ah, que bonito...

Concordo plenamente com cada palavra desse texto. Muito fácil falar e se sentir tocado, o difícil é tocar os que realmente necessitam. A realidade parece longe pra maioria, mas é perto demais pra muitos. :/