quarta-feira, julho 21, 2010

A lembrança (III)

Quando acordei no outro dia, não estava com vontade de sair da cama, fiquei deitada ali, eu sabia que já tinha passado das horas, mas tanto faz, estava de férias, enquanto estava ali deitada tentava buscar na minha mente, indícios sobre o ocorrido do dia anterior, queria checar minhas lembranças para saber se tudo aquilo não teria sido obra da minha imaginação, afinal, não é todo dia que você abre a porta do carro e da de cara com um amor do passado, espera ai, eu disse: amor? – senti meu coração acelerar-não acredito que revi Marcelo, um dia ele me diz “adeus” e oito anos depois ele aparece e diz: “vamos trocar nossos telefones?”. Será que ele lembra da nossa história? Aliás, por que ele fez aquilo comigo? Pô! Ficamos dois anos juntos, DOIS ANOS, tudo bem que éramos novos, mas o sentimento era maduro, pelo menos o meu. E de repente ele vira e diz “acho que não é isso que quero para a minha vida, adeus Lu” - senti meu corpo quente de raiva-como ele pode?

- como ele pode o que?- Carlos estava na porta do meu quarto segurando dois pratos com pedaços avantajados de melancia em cada um, e em seu rosto um sorriso sapeca dava um ar de “galã” dos anos 60...
Senti meu corpo se acalmar e meu coração ficara sereno, era esse o efeito do meu amigo Carlos em mim, ele sempre me salvava (de mim mesma) e ele nem sabia disso.

-não sabe mais bater na porta?- perguntei enquanto tentava arrumar meus cabelos.

- Ah que isso Lu? Até parece que eu não sou de casa!- ele se explicou aproximando-se da cama-posso?

- ué você disse que é de casa?... Então- perguntei abrindo um espaço para ele se sentar ao meu lado- minha mãe não avisou que eu estava dormindo?

- Bem... – ele colocou um prato sobre as minhas pernas- não parece que você está dormindo agora -Carlos pegou um pedaço de melancia tirou algumas sementes e disse- se eu ganhar você vai ter que pagar a pizza no sábado!- e foi tirando mais sementes da melancia. – Ele ficou ali contando as sementes com aquele jeito de menino quando está brincando com seus bonecos de guerra e que a qualquer momento pode surgir uma grande batalha.

-Ah não Carlos-hesitei, mas em seguida peguei o pedaço de melancia.- não estou a fim de brincadeiras... Olha, eu acho melhor...- mas ele parecia não me ouvir e só dava atenção para a melancia.

-Uma... Duas... – Ele tirava as sementes e mordia. -não estou mais fazendo aquela dieta que a cardiologista passou Lu, então posso comer massa, muita massa... – ele deu mais algumas mordidas e continuou-Dez... Onze...- mordeu e me encarou-você vai acabar no “preju” Lu...

Então antes que desce por conta, estava contando às sementes que tirava e comendo o meu pedaço de melancia. Eu e Carlos tínhamos inventado essa brincadeira, sem querer, em um almoço na casa do irmão dele, há quatro anos atrás e dês desse dia à “competição das sementes”, era o nosso jogo preferido, a única regra era, que sempre tínhamos que apostar comida.

- vinte... Vinte e um-eu ia tirando rapidamente as sementes e comendo a melancia.

-acabei!- Carlos gritou estendendo os braços para cima, como se tivesse ganhado uma medalha por isso.

- Não!- lamentei-você começou primeiro! Isso é injustiça.

- Ah não dona Luiza, eu te disse quando comecei-então ele pegou os nossos pratos e colocou na mesinha do lado da cama, depois Carlos me envolveu com seu braço, deixando a minha cabeça descasar ali enquanto ele se acomodava também. Qualquer um que entrasse ali poderia dizer que se tratava de um belo momento de um casal apaixonado, mas eu e Carlos éramos assim mesmo, tínhamos um carinho enorme um pelo outro, a nossa amizade era mais forte do que muita coisa em nossas vidas, tudo estava bem se tínhamos um ao outro, seja naqueles momentos em que eu precisava de uma bronca ou que ele precisasse de dinheiro para sair com alguma garota, nós éramos assim, amigos... Melhores amigos para dizer a verdade.

Quando me dei conta ele estava me encarando, daquele jeito dele de que “quero saber de tudo”, em seus olhos verdes pairava um grande ponto de interrogação e para dar um charme, o seu cabelo liso deixava um pega rapaz sobre a testa; dando um ar de “galã” dos anos 60 para Carlos.

- Então-ele continuou a me encarar – Acho que comi muito... – Ele passou a mão sobre a barriga que não era muito flácida e que parecia está cheia - vou ficar indo ao banheiro o dia todo hoje...
Eu sorri de leve – è eu não, você não deixou eu terminar o meu pedaço...

-Ah Lu – ele disse descontraído-Você nem queria brincar mesmo...

- Como você sabe? – perguntei.
-Eu sempre sei Lu...- ele respondeu com um ar galante.
- Metido...- xinguei.

Rimos e ele mudou de assunto

- Então, contou para sua sobre o incidente de ontem?

Senti meu corpo rígido e fiz que não com a cabeça, não acredito que ele vai tocar nesse assunto-pensei - E ele continuou...

- Hei você conhece aquele cara da onde Lu?- em sua voz tinha um timbre puro e curioso, como uma criança quando pergunta para a mãe “ Mamãe o que é sexo?”

Eu ia mentir, mas ele saberia, assim como um dia mesmo se a mãe mentisse para o menino, a resposta um dia viria a tona... Então tive que falar sobre o tal do Marcelo Augusto Dias...

"continua".

12 comentários:

Anônimo disse...

que gracinha os dois... eu tava achando que ele eram namorados.... hihi..

to adorandoo

;*

Betty Gaeta disse...

... e contou o que sobre o marcelo?!?
Estou curiosa.
Bjkas e uma boa noite para vc.

Camila disse...

amores vem e vão... gostei do texto:)

- disse...

Primeira vez que venho aqui e adorei o texto e tudo mais *-* Obrigado por passar no meu blog. Beijos xx

Érica Ferro disse...

Adoooooro melancia e adoro rapazes fofos como o Carlos.
=**

Ray Siq disse...

curiosa!!! *-*
dá um bom livro hem hahah

ahh acho as fotos pelas minhas catadas pela net!! rsrs
Beijooo :**

Ana Carolina disse...

está lindooo

beiijo,
*.*

Betty Gaeta disse...

OI Lu,
Tenha um ótimo final de semana,
Bjs

Jeferson Cardoso disse...

Lu, muito legal a sua amizade com o Carlos. Num dado momento, quando você falava do charme dele, dos olhos verdes... pensei que fosse rolar um clima, mas quando ele disse que passaria o dia indo ao banheiro vi que não havia mesmo clima algum. (sorrio). Bem, se a história continua, eu voltarei para saber se contará para sua.

Abraço do Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com

Rodolpho Padovani disse...

Ah, bem q eu desconfiei q esses dois haviam tido uma história, agora fiquei curioso pra saber o que aconteceu...

Bjs =)

Thaís Winck disse...

aiin
to cada vez mais apaixonada por essa historiaaa
quero muitooo saber o seu fim
conta logoooo
beijão

Luiza Fritzen disse...

O conto está com um ar leve, cheio de graça. beijos