Às vezes eu tenho que dizer...
Que guardo meu passado presente e futuro dentro de duas portas.
Às vezes preciso tocar, em notas não afinadas- em cordas de náilon, quando estou triste, e às vezes em cordas de aço quando estou com raiva- vou tocando assim com as letras que ganho em mente “palavras e silêncio...” e logo esqueço depois lembro que “ponho os meus olhos em você quando você está”... Mas logo engasgo, ponho em mãos uma batida e na minha cabeça rima, combina, sou um cantor, te canto; canto pra eles, canto pras portas que me guardam, pras portas que não falam, elas que não te contam nada. Nada do que eu sou... “o mundo é pequeno de mais pra nós dois...” e logo sou brega, depois atual... “tá cansada, senta, se acredita, tenta...” depois meus dedos se atrapalham, em seguida doem, e depois deligo tudo, tiro o fio, guardo a cantora, sou eu agora. Guardo uma guitarra velha ali ao fundo, um violão que sente falta de seus parafusos e de um bom afinador, atrás da porta. Guardo tudo. É o fim do show, me sinto importante, pois cantei pra mim e pras paredes, para os ursos da cama, pra solidão que se estende...
E das camisetas que vão ficando amarelas, faço minhas histórias até ali, das palavras que pra sempre ficaram escritas, das saudades e te amo que sempre ficaram ali sem jamais conhecer a água. Pois preferem o tom de amarelo que o tempo lhes da, penduro ali o que restou das amizades, penduro tudo pra poder secar, guardo ali perto das cordas desafinas e enferrujas, perto da minha guitarra velha com cordas de aço, é simplesmente a raiva, raiva mais camisa escrita, significa que sinto saudade e odeio, odeio, pois nada daquilo que foi escrito passou para o plano real, para vida, pro já.
Minhas baquetas de um sonho bom de ser baterista, de um curso que não terminei, de um sonho que sonho sempre pra depois, que vire e meche as pego, faço os exercícios não sei pra que, mas sei pra quem, pra mim, me alimenta pensar, que um dia elas voltaram a fazer barulho, meu tornozelo sente falta do bumbo, das dores pós-aula, e meu corpo sente falta de descontar sentimentos velhos e amarelados pelo tempo em uma bateria nova.Os fones de ouvidos pra escutar quem está longe, me fazem virar umas daquelas moças que nos ligam no meio do sono da tarde pra saber se o proprietário está- “não, ele não está, só no fim de semana”- digo por que sei que não vão ligar. Meu fone que faz escutar vozes das pessoas que nunca conhecerei o corpo, meu fome que salva quando os fones normais quebram. Conecto tudo, a música e minha voz, finjo que ele pega, mas não finjo quando escuto. Música às vezes parece ser a minha vida. O sangue que desde sempre corre em minhas veias.
Que guardo meu passado presente e futuro dentro de duas portas.
Às vezes preciso tocar, em notas não afinadas- em cordas de náilon, quando estou triste, e às vezes em cordas de aço quando estou com raiva- vou tocando assim com as letras que ganho em mente “palavras e silêncio...” e logo esqueço depois lembro que “ponho os meus olhos em você quando você está”... Mas logo engasgo, ponho em mãos uma batida e na minha cabeça rima, combina, sou um cantor, te canto; canto pra eles, canto pras portas que me guardam, pras portas que não falam, elas que não te contam nada. Nada do que eu sou... “o mundo é pequeno de mais pra nós dois...” e logo sou brega, depois atual... “tá cansada, senta, se acredita, tenta...” depois meus dedos se atrapalham, em seguida doem, e depois deligo tudo, tiro o fio, guardo a cantora, sou eu agora. Guardo uma guitarra velha ali ao fundo, um violão que sente falta de seus parafusos e de um bom afinador, atrás da porta. Guardo tudo. É o fim do show, me sinto importante, pois cantei pra mim e pras paredes, para os ursos da cama, pra solidão que se estende...
E das camisetas que vão ficando amarelas, faço minhas histórias até ali, das palavras que pra sempre ficaram escritas, das saudades e te amo que sempre ficaram ali sem jamais conhecer a água. Pois preferem o tom de amarelo que o tempo lhes da, penduro ali o que restou das amizades, penduro tudo pra poder secar, guardo ali perto das cordas desafinas e enferrujas, perto da minha guitarra velha com cordas de aço, é simplesmente a raiva, raiva mais camisa escrita, significa que sinto saudade e odeio, odeio, pois nada daquilo que foi escrito passou para o plano real, para vida, pro já.
Minhas baquetas de um sonho bom de ser baterista, de um curso que não terminei, de um sonho que sonho sempre pra depois, que vire e meche as pego, faço os exercícios não sei pra que, mas sei pra quem, pra mim, me alimenta pensar, que um dia elas voltaram a fazer barulho, meu tornozelo sente falta do bumbo, das dores pós-aula, e meu corpo sente falta de descontar sentimentos velhos e amarelados pelo tempo em uma bateria nova.Os fones de ouvidos pra escutar quem está longe, me fazem virar umas daquelas moças que nos ligam no meio do sono da tarde pra saber se o proprietário está- “não, ele não está, só no fim de semana”- digo por que sei que não vão ligar. Meu fone que faz escutar vozes das pessoas que nunca conhecerei o corpo, meu fome que salva quando os fones normais quebram. Conecto tudo, a música e minha voz, finjo que ele pega, mas não finjo quando escuto. Música às vezes parece ser a minha vida. O sangue que desde sempre corre em minhas veias.
Mostro-me em guitarra, livros, fones e camisas.
Sou eu construindo poesia, com quase tudo e sendo poética em quase nada.
Mas... Escrevo....
...Com que tenho.
5 comentários:
Lindo post...
beijo *;
Não, não é apenas um lindo post...
... É um post mais que perfeito, mais que sentimental, pois me parecem palavras da alma... De uma alma com saudades, de uma alma com um triste vazio por dentro. Tava com saudades de textos assim, de coisas tão reais... Quantos belos adjetivos, em apenas um texto muito bonito"
BJws" "(*_*)"
(L)
Esse é o segredo e a verdadeira arte da escrita... da boa escrita...
como diz o Carpinejar ; ..." escrever nasce de uma falta"...
belíssima reflexão, escreves lindamente !
beijo carinhoso
Você me deu inspiração, sabe a quanto tempo eu não me sinto inspirada por um texto? rs.
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